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HISTÓRIA DE BARBALHA-CE



 

Barbalha-CE  


Barbalha está localizada na Região do Cariri, Mesorregião do Sul Cearense, a 553 quilômetros da capital Fortaleza. Tem como padroeiro Santo Antônio, o casamenteiro, e apresenta vários prédios e locais históricos, preservando nuances coloniais. Junto com as cidades de Crato e Juazeiro do Norte, compõe o triângulo Crajubar na região do vale do Cariri.
O topônimo Barbalha é alusivo ao nome de uma moradora de um sítio da região cuja casa servia de albergue para tropeiros de gado que traziam rebanhos de Pernambuco para passarem os períodos de estiagem na região da Chapada do Araripe. Por ser proprietária do principal ponto de apoio e hospedagem da região, tornou-se bastante conhecida por sua hospitalidade, o que contribuiu para que a localidade herdasse seu nome. A denominação original da cidade era Freguesia do Santo Antônio de Barbalha. Em 1838 adotou-se o nome Barbalha.
As terras localizadas às margens do Riacho Salamanca eram habitadas pelos índios Kariri, antes da chegada das entradas no interior brasileiro, durante o século XVII. Os integrantes das entradas, militares e religiosos, mantiveram os primeiros contatos com os nativos, estudaram todas as regiões dos Cariri, catequizaram os indígenas e os agruparam em aldeamentos ou missões. Este contato entre exploradores e nativos repercutiu profundamente na formação cultural do lugar, principalmente no que tange à difusão de “entes do imaginário popular”, tais como “papafigo, pai-da-mata, rasga-mortalha, almas do outro mundo, lobisomem, o diabo, entre outros”.

Os resultados destes contatos e descobrimentos desencadearam notícias de que na região existiria ouro em abundância e em seguida desencadeou-se uma corrida para os sertões brasileiros, onde famílias oriundas de Portugal, sonhando com as riquezas de terras inexploradas e com a esperança de encontrar ouro. Queriam enriquecer e aumentar seu prestigio pessoal perante a corte portuguesa . A cidade de Barbalha  se desenvolve ao redor da capela de Santo Antônio, fundada nas terras de Francisco Magalhães Barreto e Sá, que era descendente de Mem de Sá, terceiro Governador-Geral do Brasil.
Em 1926, passaram pela cidade Lampião e seu bando, que estavam a caminho de Juazeiro do Norte para integrar o Batalhão Patriótico. Por esta ocasião conversou com líderes locais e jornalistas.

Há registros de que a cidade, ainda em seu estágio embrionário, sofreu um saque empreitado por um grupo composto por, aproximadamente, 2000 jagunços, os quais pilharam os valores que encontraram, e atearam fogo em milhares de contos de réis, causando um impacto na economia local e impedindo o crescimento do lugarzinho, que desfrutava de relativa prosperidade. Houve, ainda, um segundo saque, mas bem depois do primeiro. Desta vez, o fato se deu quando da modificação do traçado da Rede de Viação Cearense (RVC). Todavia, em 1950, a ferrovia, enfim chegou, junto com a eletricidade, vinda de Paulo Afonso, em 1961. Assim, a cidade voltou a crescer.

Os padres salvatorianos tem destacada atuação no âmbito cultural e educacional da cidade, além do religioso. Por muitos anos dirigiram o Colégio Santo Antônio e coordenam os festejos de santo padroeiro no mês de junho. Dentre os religiosos dessa congregação estão Padre Agostinho Mascarenhas, Padre Mário, Padre Renato Simoneto, dentre outros. Padre Agostinho foi, além de pároco, diretor do referido colégio, conselheiro e líder espiritual animando a vida religiosa quando convidou a Comunidade Católica Shalom para criar um núcleo em Barbalha. A julgar pela quantidade de referências presentes na cidade: Biblioteca Municipal Padre Agostinho, Rua Padre Agostinho Mascarenhas, Residencial Padre Agostinho, dentre outros, padre Agostinho deixou uma marca especial na cidade. O referido religioso está enterrado na Igreja Matriz de Santo Antônio.
Em 30 de agosto de 1838 é criado pela lei provincial n° 130 o distrito de Barbalha, subordinado ao município do Crato. Em 17 de agosto de 1846, data de sua emancipação política, o então distrito é desmembrado do Crato e elevado à condição de vila com a denominação de Barbalha, pela lei provincial nº 374. Em 30 de agosto de 1876 foi elevada à categoria de cidade pela lei nº 1740.

O Colégio Nossa Senhora de Fátima foi entregue à direção das madres Beneditinas e se prestava à educação feminina. Contava com um internato e recebia alunas de várias cidades da região, bem como de outros estados.
Barbalha se destaca na região por possuir um vasto e preservado sítio arquitetônico composto por diversos prédios públicos e particulares, o que atrai estudiosos e interessados no turismo histórico. Contando com cerca de 40 prédios, o casario do Centro Histórico de Barbalha se caracteriza pela arquitetura do período imperial com prédios construídos nos séculos XVIII e XIX.

O Centro Histórico de Barbalha se localiza no centro da cidade, numa área que compreende aproximadamente 20 ruas. Seus limites vão desde o entorno do largo do rosário até o largo do Colégio Nossa senhora de Fátima e da Rua do Vidéo à Praça Engenheiro Dória (Estação). Além das históricas Igreja Matriz de Santo Antônio e Igreja de Nossa Senhora do Rosário, prédios como o antigo Casarão Hotel e Palácio 3 de Outubro fazem parte da composição.
Segue tramitando no IPHAN o processo de inventário e tombamento do centro histórico de Barbalha, que, em 2012, recebeu investimentos do poder público, sendo lançada ordem de serviço para início das obras de revitalização. O Processo de restauração urbanística terá início com a padronização do calçamento em paralelepípedo rejuntado e seguirá com outras etapas posteriormente.
A festa mais tradicional da cidade, é a Festa do Pau da Bandeira. Anualmente, o mês de junho é destinado a homenagear Santo Antônio, padroeiro da cidade. O fato mais marcante das comemorações é o pau da bandeira, um tradicional rito praticado desde os tempos do Império.
Fonte: Wikipedia
Fotos: Arquivo pessoal
Jaqueline Aragão Cordeiro

fonte:http://coisadecearense.com.br

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