POLÍTICA
PADRE CÍCERO E O PACTO DOS CORONÉIS
Introdução
Introdução
No dia 4 de outubro de 1911, o recém-criado município de Juazeiro,
Ceará, foi sede de dois grandes eventos políticos: a posse de Padre
Cícero Romão Baptista no cargo de intendente (atualmente se diz
prefeito) e a realização de uma assembleia ou sessão política para
assinatura de um controvertido documento que passou à história com o
nome de Pacto dos Coronéis. O referido documento também foi chamado de
Pacto de paz, Pacto de harmonia política, Aliança política, Conferência
política, Pacto de Haya-mirim e ainda Artigos de fé política.
Quando se fala no nome do Padre Cícero, a figura que realça em primeiro
lugar é a de santo dos nordestinos, pois é como tal que ele é mais
conhecido. Entretanto, existe em sua biografia um forte peso como figura
política, embora isto seja mais conhecido e estudado apenas pelos seus
pesquisadores. Aqueles que se consideram seus devotos, pouca ou nenhuma
importância dão ao fato, porquanto para eles o que importa mesmo é o
homem santo capaz de fazer milagres, o protetor nas horas das aflições. E
foi assim que ele conseguiu uma grande legião de devotos. Como político
fez muitos desafetos.
Mas de uns tempos para cá, sua vida política começou a ser dissecada
pelos cientistas sociais e a partir da publicação dos primeiros textos,
uma nova legião de admiradores surgiu.
Assim, a dicotomia envolvendo o santo e o político passou a ter terreno
próprio e essas duas vertentes, indissolúveis e complementares,
coexistem a despeito dos pareceres positivos de uns e negativos de
outros.
Como signatário do Pacto dos Coronéis, Padre Cícero consolidou sua vida
política, transformando-se na maior liderança do interior cearense.
Porém, se por um lado isto lhe deu uma indiscutível força de mando, por
outro lado arranhou profundamente sua biografia perante a sua igreja,
que já o tinha na conta de embusteiro e doravante passou a tê-lo também
como um coronel, certamente uma nódoa na sua apregoada santidade.
Por isso, é muito importante estudar essa particularidade da sua vida a
qual já rendeu farta bibliografia e não para de crescer. Neste contexto,
o objetivo principal deste trabalho é fazer uma análise das implicações
decorrentes da assinatura do Padre Cícero no Pacto dos Coronéis,
conforme as opiniões emitidas por escritores que estudaram o assunto em
seus mais variados aspectos.
Para melhor compreensão do tema é feita inicialmente a transcrição da
ata do histórico evento e a partir daí tem início a análise que define a
importância do Pacto dos Coronéis na história política do Padre Cícero.
No final é apresentada uma galeria com fotos de alguns dos coronéis que
tiveram ligação com o famigerado evento.
O que é coronelismo
Até o final do século XIX, esteve em vigor no Brasil, um sistema
conhecido popularmente por coronelismo, cuja política era controlada e
liderada pelos ricos fazendeiros então denominados de coronéis.
No interior cearense, mais particularmente no Cariri, o coronelismo se
caracterizava pela prática abusiva de duas irregularidades: o voto de
cabresto e a fraude eleitoral.
Na Velha República, o sistema eleitoral vigente era bastante vulnerável à
manipulação. Por isso, os coronéis poderosos compravam votos para seus
candidatos ou então os permutavam por bens materiais. Como o voto era
aberto (não havia ainda o sistema de urnas), os eleitores se sentiam
coagidos e para evitar represálias não havia outro jeito senão votar no
candidato indicado pelos coronéis. As regiões sobre as quais os coronéis
exerciam poder de mando político ficaram conhecidas como “currais
eleitorais”.
Entre as fraudes eleitorais praticadas pelos coronéis caririenses
estavam o costume de alterar votos, sumir com urnas e o uso abusivo do
chamado voto fantasma, o qual consistia em falsificar documentos para
que eleitores pudessem votar várias vezes em prol de determinado
candidato. Era comum inclusive o voto de pessoas mortas.
Fim do coronelismo
O coronelismo em seu formato original começou a ser extinto com a
chegada de Getúlio Vargas ao poder, como resultado da Revolução de 1930.
Em algumas regiões do Brasil desapareceu completamente, mas em outras
o coronelismo continuou mais algum tempo, embora com menos intensidade
e adaptado a uma nova realidade. A compra de votos continua até hoje.
Mas os atuais chefes políticos, mesmo sendo grandes latifundiários, não
são mais chamados de coronéis.
Padre Cícero pode ser chamado de coronel?
Por ser dono de várias propriedades rurais (embora tenha deixado tudo
para a Igreja) e poder para decidir uma eleição, Padre Cícero é
considerado por muitos escritores como tendo sido um coronel. Mas a
pecha de coronel, no sentido como o termo é usado e entendido no
Nordeste, não se coaduna com o comportamento e a personalidade do Padre
Cícero. Ninguém conhece registro da existência de armas em sua
residência ou de capangas a sua disposição, coisas muito comuns aos
coronéis de que fala a literatura.
Entretanto, até hoje, não existe consenso com respeito a Padre Cícero
ser ou não considerado como um coronel. As opiniões emitidas pelos
estudiosos são muito variadas e dicotômicas.
Vejamos algumas:
Maria de Lourdes M. Janotti, escritora: "Padre Cícero foi o mais célebre de todos os coronéis".
José Fábio Barbosa da Silva, professor e escritor: "Padre Cícero também
era o coronel dono de imensa força política que passou a representar os
romeiros, quando Juazeiro se tornou independente. O Padre Cícero também
possuía o status mais elevado, mais alto que o dos coronéis
tradicionais".
Moisés Duarte, evangélico: “Padre Cícero era amigo do peito de vários
latifundiários da região, conhecidos como "os coronéis". Esses senhores
ilustres eram opressores dos pobres, marginalizavam os sertanejos,
excluindo-os do direito à saúde, aos alimentos e até à vida. Pasme, o
Padim Ciço pertencia a essa espécie de liga de coronéis do Ceará e a
defendia”.
Rui Facó, jornalista: "Por que o Padre Cícero desfrutando de enorme
popularidade, dispondo de tudo quanto fazia de alguém um coronel, por
que não seria ele um coronel? Apenas porque vestia batina, ordenara-se
padre, fazia milagres? Na verdade, nada diferenciava o Padre Cícero
Romão Batista de qualquer dos latifundiários da zona. Utilizou, e em
grande escala, os mesmos métodos familiares àqueles, como dar abrigo a
capangas e cangaceiros e aproveitá-los ou permitir que outrem os
aproveitassem para a consecução de objetivos políticos que também eram
os seus".
José Boaventura de Sousa, historiador e professor: "Padre Cícero foi um
coronel, mas um coronel diferente da conotação que a sociologia aponta.
Não foi um coronel explorador, foi um coronel porque todos o procuravam
como um líder".
Francisco Régis Lopes Ramos, historiador e escritor: "Padre Cícero
alia-se aos coronéis, mas não se torna um deles. Suas atitudes são de
apadrinhamento, de um protetor dos desclassificados, de um conselheiro e
não de um político ou coronel".
Neri Feitosa, sacerdote e escritor: "Ele não tinha patente militar nem
da Guarda Nacional. Ninguém o chamou oralmente de coronel. Por escrito,
deram-lhe este epíteto por hipérbole e por analogia".
Marcelo Camurça, historiador: “No meu modo de ver o Padre Cícero se
relacionou com as oligarquias, transitou na sociedade política, se
compôs com os setores dominantes, tanto pela sua condição de sacerdote
letrado, um intelectual tradicional, e esta condição o estimulava qual
outros padres no Império e na República a ter uma projeção social,
quanto pela vontade de ajudar o seu povo, de levar adiante o seu projeto
de manter de pé a comunidade do Juazeiro, pela via da conciliação tão
marcante na sua visão de mundo. Porém, o Padre Cícero nunca abriu mão de
sua identidade sacra, do seu papel de guia religioso, de líder
espiritual, para se tornar um político profissional, tampouco abriu mão
da mística do "milagre" e de sua visão messiânica, simbólica do
catolicismo popular, daquele primeiro sonho que teve quando Cristo
encarregou-o de cuidar do Juazeiro e de seu povo. Este sem dúvida não é o
perfil de um "Coronel" latifundiário ou de um político das classes
dominantes”.
Ata do Pacto dos Coronéis
“Aos quatro dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e onze,
nesta vila de Juazeiro do Padre Cícero, município do mesmo nome, Estado
do Ceará, no paço da Câmara Municipal, compareceram à uma hora da tarde
os seguintes chefes políticos: coronel Antônio Joaquim de Santana, chefe
do município de Missão Velha; coronel Antônio Luís Alves Pequeno, chefe
do município do Crato; reverendo Padre Cícero Romão Batista, chefe do
município do Juazeiro; coronel Pedro Silvino de Alencar, chefe do
município de Araripe; coronel Romão Pereira Filgueiras Sampaio, chefe do
município de Jardim; coronel Roque Pereira de Alencar, chefe do
município de Santana do Cariri; coronel Antônio Mendes Bezerra, chefe do
município de Assaré; coronel Antônio Correia Lima, chefe do município
de Várzea Alegre; coronel Raimundo Bento de Sousa Baleco, chefe do
município de Campos Sales; reverendo padre Augusto Barbosa de Menezes,
chefe do município de S. Pedro do Cariri; coronel Cândido Ribeiro
Campos, chefe do município de Aurora; coronel Domingos Leite Furtado,
chefe do município de Milagres, representado pelos ilustres cidadãos,
coronel Manuel Furtado de Figueiredo e major José Inácio de Sousa;
coronel Raimundo Cardoso dos Santos, chefe do município de Porteiras,
representado pelo reverendo Padre Cícero Romão Batista; coronel Gustavo
Augusto de Lima, chefe do município de Lavras da Mangabeira,
representado por seu filho João Augusto de Lima; coronel João Raimundo
de Macedo, chefe do município de Barbalha, representado por seu filho
major José Raimundo de Macedo e pelo juiz de direito daquela comarca,
doutor Arnulfo Lins e Silva; coronel Joaquim Fernandes de Oliveira,
chefe do município de Quixará, representado pelo ilustre cidadão major
José Alves Pimentel; e o coronel Inácio de Lucena, chefe do município
de Brejo Santo, representado pelo coronel Antônio Joaquim de Santana. A
convite deste que, assumindo a presidência da magna sessão, logo deixou,
ocupando-a o reverendo Padre Cícero Romão Batista para em seu nome
declarar o motivo que aqui os reunia. Ocupada a presidência pelo
reverendo Padre Cícero, fora chamado o major Pedro da Costa Nogueira,
tabelião e escrivão da cidade de Milagres, que também se achava
presente. Declarou o presidente que aceitando a honrosa incumbência
confiada pelo seu prezado e prestigioso amigo coronel Antônio Joaquim de
Santana, chefe de Missão Velha e traduzindo os sentimentos altamente
patrióticos do egrégio chefe político, Excelentíssimo Senhor Doutor
Antônio Pinto Nogueira Accioly, que sentia d´alma as discórdias
existentes entre alguns chefes políticos desta zona, propunha que, para
desaparecer por completo esta hostilidade pessoal, se estabelecesse
definitivamente uma solidariedade política entre todos, a bem da
organização do partido os adversários se reconciliassem, e ao mesmo
tempo lavrassem todos um pacto de harmonia política. Disse mais que para
que ficasse gravado este grande feito na consciência de todos e de cada
um de per si, apresentava e submetia à discussão e aprovação
subseqüente os seguintes artigos de fé política:
Art. 1º - Nenhum chefe político protegerá criminoso do seu município nem
dará apoio nem guarida aos dos municípios vizinhos, devendo ao
contrário, ajudar a captura destes, de acordo com a moral e o direito.
Art. 2º - Nenhum chefe procurará depor outro chefe, seja qual for a hipótese.
Art. 3º - Havendo em qualquer dos municípios reações, ou mesmo,
tentativas contra o chefe oficialmente reconhecido com o fim de depô-lo,
ou de desprestigiá-lo, nenhum dos chefes dos outros municípios
intervirá nem consentirá que os seus municípios intervenham ajudando
direta ou indiretamente os autores da reação.
Art. 4º - Em casos tais só poderá intervir por ordem do governo para manter o chefe e nunca para depor.
Art. 5º - Toda e qualquer contrariedade ou desinteligência entre os
chefes presentes será resolvida amigavelmente por um acordo, mas nunca
por um acordo de tal ordem, cujo resultado seja deposição, a perda de
autoridade ou de autonomia de um deles.
Art. 6º - E nessa hipótese, quando não puderem resolver pelo fato de
igualdade de votos de duas opiniões, ouvir-se-á o governo, cuja ordem e
decisão será respeitada e restritamente obedecida.
Art. 7º - Cada chefe, a bem da ordem e da moral política, terminará por
completo a proteção a cangaceiros, não podendo protegê-los e nem
consentir que os seus munícipes, seja sob que pretexto for, os protejam
dando-lhes guarida e apoio.
Art. 8º - Manterão todos os chefes políticos aqui presentes
inquebrantável solidariedade não só pessoal como política, de modo que
haja harmonia de vistas entre todos, sendo em qualquer emergência “um
por todos e todos por um”, salvo em caso de desvio da disciplina
partidária, quando algum dos chefes entenda de colocar-se contra a
opinião do chefe do partido, o Excelentíssimo Doutor Antônio Pinto
Nogueira Accioly: Nessa última hipótese cumpre ouvirem e cumprirem as
ordens do governo e secundarem-no nos seus esforços para manter intacta a
disciplina partidária.
Art. 9º - Manterão todos os chefes incondicional solidariedade com o
Excelentíssimo Doutor Antônio Pinto Nogueira Accioly, nosso honrado
chefe, e como políticos disciplinados obedecerão incondicionalmente suas
ordens e determinações.
Submetidos a votos, foram todos os referidos artigos aprovados, propondo
unanimemente todos que ficassem logo em vigor desde essa ocasião.
Depois de aprovados, o Padre Cícero levantando-se declarou que sendo de
alto alcance o pacto estabelecido, propunha que fosse lavrado no Livro
de Atas desta municipalidade todo o ocorrido, para por todos os chefes
ser assinado, e que se extraísse uma cópia da referida ata para ser
registrada nos Livros das municipalidades vizinhas, bem como para ser
remetida ao doutor presidente do Estado, que deverá ficar ciente de
todas as resoluções tomadas, o que foi feito por aprovação de todos e
por todos assinado.
Eu, Pedro da Costa Nogueira, secretário, a escrevi.
Assinam:
Padre Cícero Romão Batista
Antônio Luís Alves Pequeno
Antônio Joaquim de Santana
Pedro Silvino de Alencar
Romão Pereira Filgueiras Sampaio
Roque Pereira de Alencar
Antônio Mendes Bezerra
Antônio Correia Lima
Raimundo Bento de Sousa Baleco
Padre Augusto Barbosa de Menezes
Cândido Ribeiro Campos
Manoel Furtado de Figueiredo
José Inácio de Sousa
João Augusto de Lima
Arnulfo Lins e Silva
José Raimundo de Macedo
José Alves Pimentel
APONTAMENTOS PARA A HISTÓRIA POLÍTICA DE JUAZEIRO DO NORTE
No momento em que Juazeiro do Norte
atinge 104 anos de emancipação política (2015) apresentamos este
trabalho mostrando algumas curiosidades históricas sobre a política
juazeirense. Este ano a data ocorre com o prefeito eleito, Raimundo
Macedo, afastado por ordem judicial, estando no exercício o vice, Luiz
Ivan Cruz Bezerra. Por falta de recursos o prefeito em exercício
resolveu suspender solenidade envolvendo gastos sem a necessária
cobertura, uma medida que foi acatada pela população.
INICIO DA HISTÓRIA POLÍTICA DE JUAZEIRO
Cronologicamente a história política de Juazeiro começa no dia 16 de
agosto de 1907 com a circulação de um boletim conclamando a população
do povoado para “uma reunião cívica, sem cor política” em prol da
independência do povoado de Juazeiro (ou Joaseiro como era grafado
naquela época) desmembrando-se da tutela da cidade do Crato. O boletim
apresentava o seguinte teor.
“BOLETIM. Ao povo de Juazeiro. Domingo próximo, 18 de agosto de 1907,
ao meio-dia, realizar-se-á uma reunião cívica, sem cor política, em
casa do prestimoso cavalheiro major Joaquim Bezerra de Menezes, devendo
tratar-se do engrandecimento desta florescente povoação. É absolutamente
desnecessário declarar que a reunião, visando somente um fim
patriótico, deve contar com o vosso franco e decidido apoio, pois em
falando-se de melhoramento a este torrão abençoado, tão querido, fostes
sempre animado pela chama de um acrisolado patriotismo. É chegado o
momento de pugnarmos com alta energia e valor pela nossa elevação
social, elevando Juazeiro à categoria de Município, aumentando assim a
importância de toda zona do Cariri que bem merece os vossos serviços
para chegar ao grau de prosperidade de que é digno. Tenhamos confiança
no futuro e podemos aguardar os louros de uma esplendente vitória. À
reunião. Juazeiro, 16 de agosto de 1907”.
Há fortes indícios de que o autor do boletim acima foi o padre Alencar Peixoto, que havia chegado ao povoado há poucos dias.
A reunião referida no boletim acima transcrito aconteceu no dia
previsto, mas não teve grande repercussão devido ao pequeno número de
participantes, entre os quais Joaquim Bezerra de Menezes, João Bezerra
de Menezes, José André de Figueiredo, Francisco Néri da Costa Morato,
Manuel Vitorino, Cincinato Silva, padre Alencar Peixoto e outros. Padre
Cícero, nesse primeiro momento, não apareceu.
Embora tenha sido o pai da ideia de emancipação política e muito ter
feito pela sua cidade, Juazeiro até agora não foi grato ao Major Joaquim
Bezerra de Menezes. Não existe aqui nenhuma homenagem em seu nome.
Desanimado com a falta de apoio a sua ideia de emancipação política de Juazeiro o major foi morar no Crato.
INTENDENTES, INTERVENTORES E PREFEITOS
Durante seus 104 anos de emancipação política o município teve quase
cinquenta gestores municipais com as denominações de intendente,
interventor e prefeito. Antigamente o gestor municipal era chamado de
intendente. Tal denominação permanece até 1930, quando, com a Revolução
de 1930 e o início da Era Vargas, cria-se a figura do prefeito e
institui-se a "prefeitura".
O PRIMEIRO INTENDENTE
Padre Cícero
O primeiro gestor municipal de Juazeiro, com o nome de intendente, foi o
Padre Cícero Romão Batista, nomeado no dia 3 de outubro de 1911 pelo
Presidente do Estado, Cel. Antônio Pinto Nogueira Accioly, cuja posse
ocorreu no dia 4 de outubro de 1911. Antigamente os gestores municipais
não eram eleitos pelo povo e sim indicados pelo presidente do estado,
que depois passaram a ser chamados de governadores. Não existia o cargo
de vice-intendente, assim, quando o intendente se afastava assumia seu
secretário de administração ou secretário-geral
O PRIMEIRO PREFEITO ELEITO
José Geraldo
O prefeito, a partir da Constituição de 1934, passa a ser escolhido pelo
povo. Em Juazeiro, oficialmente, o primeiro prefeito eleito foi José
Geraldo da Cruz, cujo mandato foi de 29 de março de 1936 a 10 de
novembro de 1937. Sendo assim, para falar de acordo com a legislação,
Padre Cícero nunca teve o título oficial de prefeito de Juazeiro e sim
de intendente.
O PRIMEIRO VICE-PREFEITO
Antônio Ribeiro
O cargo de vice-prefeito só veio aparecer na história política local na
eleição de Dr. Antônio Conserva Feitosa (1959) que teve como seu
vice-prefeito o empresário Antônio Ribeiro de Melo. Nessa eleição
ocorreu um fato inédito na política juazeirense. O candidato a
vice-prefeito da chapa adversária, José Gonçalves de Almeida, não foi
eleito, porém teve mais votos do que o candidato a prefeito da sua
chapa.
GESTORES COM MAIS DE UM MANDATO
Padre Cícero, José Geraldo da Cruz, João de Pinho, Porfírio Lima Filho,
Antônio Conserva Feitosa, José Monteiro de Macedo, Mauro Sampaio,
Manuel Salviano, Carlos Cruz e Raimundo Macedo.
GESTOR COM MAIOR TEMPO DE MANDATO: Padre Cícero (de 1911 a 1926)
INTERVENTORES:
Até hoje Juazeiro teve os seguintes interventores: João de Pinho,
Zacarias Albuquerque, José Geraldo da Cruz, Cel. Francisco Neri da Costa
Morato, Antônio Gonçalves Pita, Possidônio da Silva Bem, Antônio
Conserva Feitosa, José de Sousa Menezes, Vicente Bezerra, Porfírio de
Lima Filho, José Monteiro de Macedo e Capitãol. Francisco Erivano Cruz.
INTERVENTOR COM MAIOR TEMPO DE MANDADO:
Cel. Antônio Gonçalves Pita. De 11 de novembro de 1937 a 30 de junho de 1943.
INTERVENTOR COM MENOR TEMPO DE MANDATO:
José de Sousa Menezes: apenas oito dias.
GESTOR QUE MAIS VEZES ASSUMIU COMO INTERVENTOR:
José Geraldo da Cruz: três vezes
PRIMEIRO GESTOR DEPOSTO:
O primeiro gestor deposto da história política de Juazeiro foi
justamente o seu primeiro intendente, Padre Cícero Romão Batista.
Antigamente era comum o presidente do estado (depois denominado
governador) eleito demitir os gestores municipais que não eram do seu
partido, substituindo-os por interventores a seu bel prazer.
GESTORES QUE NÃO ASSUMIRAM:
José André não assumiu por motivo nunca esclarecido, embora tenham
surgidos fortes indícios de que foi obra de Dr. Floro Bartholomeu da
Costa. Alfeu Ribeiro Aboim não assumiu porque mudou de partido logo após
a eleição, tendo recebido forte demonstração de repúdio da população.
Amedrontado, preferiu renunciar. José Ferreira de Meneses foi eleito,
mas impedido de assumir em virtude da Revolução de 30.
VICE-PREFEITO QUE ASSUMIU MAIS VEZES: José Teófilo Machado, como vice de Humberto Bezerra e de Mauro Sampaio.
José Roberto Celestino como vice de Santana também assumiu muitas vezes, mas dentro do mesmo mandato.
VICE-PREFEITO QUE SE ELEGEU PREFEITO: Até hoje somente Raimundo Macedo.
MÉDICOS PREFEITOS: Até hoje Juazeiro teve oito prefeito médicos:
Possidônio da Silva Bem, Antônio Conserva Feitosa, Mauro Castelo Branco
Sampaio, Mozart Cardoso de Alencar, Manuel Salviano Sobrinho, Ailton
Gomes de Alencar, Raimundo Macedo e Manuel Santana.
CÂMARA MUNICIPAL
Os primeiros vereadores de Juazeiro, quando ainda não existia
oficialmente o nome de Câmara Municipal e sim de Conselho Municipal,
foram: Major Fenelon Gonçalves Pita, João Bezerra de Menezes, José
Eleutério de Figueiredo, Raimundo Nonato de Oliveira, Tenente-coronel
Cicinato José da Silva, Manoel Vitorino da Silva, Ernesto Rabelo e Cel.
Fausto da Costa Guimarães.
O primeiro presidente da Câmara Municipal de Juazeiro ainda com o nome
de Conselho Municipal foi Dr. Floro Bartholomeu da Costa. Essa
informação, porém, carece de confirmação oficial. Dr. Floro não deixou
nenhum escrito em que menciona sua passagem pela Câmara Municipal.
Os presidentes que exerceram o maior número de mandato foram José Alves
de Souza (Cazuza Alves), Raimundo Sá e Sousa e José de Amélia Junior que
foram eleitos 3 vezes cada um.
Solange Cruz
Primeira mulher presidente foi Solange Tenório Cruz, eleita para o período 1995/96.
Dona Guidinha e Irmã Neli
As primeiras vereadoras eleitas foram Irmã Neli Sobreira e Margarida
Pereira Lima, mais conhecida como Dona Guidinha, uma parteira de renome.
Ambas foram eleitas para o período 1948/50. Mas Irmã Neli afastou-se do
cargo para seguir a carreira religiosa em que está até hoje. Dona
Guidinha continuou e exerceu dois mandatos.
O vereador que teve maior número de mandatos foi: Raimundo Sá e Sousa,
exatamente 11 legislaturas em 46 anos de exercício. Se tivesse sido
eleito para mais um mandato teria completado 50 anos como vereador.
Vereadores que conseguiram se eleger prefeito: João Bezerra de Menezes,
José Eleutério de Figueiredo, Orlando Bezerra de Menezes, Mozart
Cardoso de Alencar, Carlos Cruz e Manuel Santana.
OUTRAS CURIOSIDADES POLÍTICAS DE JUAZEIRO
Adauto, Xavier e Humberto
O primeiro deputado estadual filho de Juazeiro foi Cel. Adauto Bezerra de Menezes.
O primeiro deputado federal filho de Juazeiro foi o Dr. Antônio Xavier
de Oliveira, mas foi eleito pelo Rio de Janeiro. O primeiro deputado
federal filho de Juazeiro eleito por sua terra natal foi Cel. Humberto
Bezerra de Menezes.
Alacoque e Gorete
Dr.Floro
O primeiro deputado estadual e também deputado federal representante de
Juazeiro foi Dr. Floro Bartholomeu da Costa. Ele era baiano.
Até hoje nenhuma mulher se elegeu para o cargo de prefeito de Juazeiro. A
vereadora Solange Tenório quando presidente da Câmara Municipal assumiu
interinamente o cargo de prefeita de Juazeiro no governo de Manuel
Salviano.
O coronel que foi interventor de Juazeiro por duas vezes
Para quem gosta de história de Juazeiro aqui está uma novidade. A
biografia do Coronel da Polícia Militar Porfírio de Lima Filho que foi
interventor de Juazeiro por duas vezes: a primeira, no posto de capitão,
de 20 de setembro de 1933 a 8 de outubro de 1933, nomeado pelo
governador Carneiro de Mendonça; e a segunda, no posto de major, de 16
de dezembro de 1946 a 22 de março de 1947, nomeado pelo interventor
federal José Machado Lopes. O texto, transcrito abaixo, é de autoria do
historiador ten-coronel José Xavier de Holandas, e foi publicado
originalmente na revista Sentinela, nº 39-2014, editada pela Associação dos Oficiais Militares da Reserva e Reformados da Polícia Militar do Estado do Ceará.
PERSONA
Relembrando a nossa História PORFÍRIO DE LIMA FILHO- CEL PM.
Por Ten-cel José Xavier de Holanda
Relembrando a nossa História PORFÍRIO DE LIMA FILHO- CEL PM.
Por Ten-cel José Xavier de Holanda
O Cel. PM Porfirio foi escritor, prefeito municipal nomeado das cidades
de Juazeiro do Norte (2 vezes), Cedro, Itapipoca e Boa Viagem no Ceara,
Delegado de Policia da Capital (1° Circunscrição da Capital - funcionou
como Delegado de Ordem Politica e Social) e em várias cidades do
Interior; professor da disciplina Instrução Policial nos diversos cursos
da PMCE, jornalista. Escrevia e publicava suas crônicas policiais nos
jornais "O Nordeste", "O Povo" e na "Revista Policial", atuando nesta
ultima como um dos redatores. Foi considerado pelo escritor, jornalista,
historiógrafo e Bacharel em Direito Hugo Vitor Guimaraes, piauiense da
cidade de Floriano, mas radicado no Ceara, - como o primeiro repórter
policial de Fortaleza. Seu trabalho foi importante para consolidação da
crônica policial na capital cearense. Na Policia Militar do Ceara galgou
todos os postos da hierarquia militar e foi destaque da oficialidade em
seu tempo.
Nasceu na cidade de Iguatu--CE, em 23/03/1895, filho de Porfirio Candido
de Lima e Maria Rita de Lima. Casou-se com a Sra. Alzira Nunes de Lima e
da união conjugal nasceram seis filhos: Porfirio, Maria, Lúcio, Lúcia,
Adélia e Maria Cleide.
Quando jovem serviu na Guarda Cívica (Civil) criada pela Resolução
Provincial n° 1903, de 03/09/1880, como Escrivão de Polícia e Inspetor
de Veículos. Ingressou na amada Polícia Militar do Ceara em 21/12/1923,
sendo nomeado 2° Tenente PM. Fez o Curso Técnico na então Escola
Profissional da Forca Pública, embrião da Academia de Polícia Militar
General Edgard Facó, extinta para dar lugar a atual Academia Estadual da
Segurança Pública do Ceara (AESP), criada pelo Decreto Estadual 14.629,
de 16/02/2010 e inaugurada no dia 18/05/2011, na Avenida Pre-sidente
Costa e Silva, n° 1853, Mondubim, Fortaleza - CE.
Em 1929, como 2° Tenente, teve a ideia de criar uma Revista Policial,
tendo convidado para fazer parte do projeto o então, 1° Delegado Dr.
Perboyre e Silva e o Bacharel em Direito José Ribamar Lima. Para a
concretização do projeto teve o apoio do Chefe de Policia (atual
Secretario de Segurança Pública e Defesa Social) Dr. Mozart Catunda
Gondim. A primeira edição (n°01) da Revista Policial veio a lume no dia
25/08/1929, sob a orientação do Chefe de Polícia Mozart Catunda, tendo
como Diretor Presidente Gregoriano Cruz (Irmão do Poeta Cruz Filho),
Diretor Secretário: 2° Tenente PM Porfírio de Lima Filho e Diretor
Técnico: José Ribamar Perez Lima. A Revista Policial foi um periódico
técnico-científico de natureza policial, mensal, de rigorosa
pontualidade, que divulgava as notícias relativas aos acontecimentos
policiais do estado. A colaboração era franqueada a todos. Assuntos,
porém, de natureza político-partidária não eram aceitos, por não se
enquadrarem no seu programa. A Revista Policial teve a sua pu-blicação
encerrada no começo da década de 1960.
Porfírio Lima Filho participou como 1° Ten PM da Revolução de 1930 no
Ceara, ao lado do Cel. PM (Comissionado) Edgard Faco (Cmt-Geral da
PMCE), Dr°. Mozart Catunda Gondim (Secretario de Policia) e do Major PM
Francisco Ribeiro Montenegro (Chefe da Casa Militar do Governo do
Estado).
A Revolução de 30 no Ceará teve como desfecho a deposição do Governador
do Estado Dr. Jose Carlos de Matos Peixoto (Iguatuense-Prof. de Direito
da UFC e da UFRJ), que teve que se refugiar a bordo do Navio Itanajé
fundeado ao largo da Praia de Iracema em companhia de sua família e de
quase todos os seus auxiliares. Foi substituído no Governo do Estado
pelo medico Manoel do Nascimento Fernandes Távora (1° Interventor
Federal do Estado do Ceara e pai do Ex-governador Virgílio Távora).
Em 1931 quando exercia a árdua função de Diretor da Casa de Detenção de
Fortaleza (EMCE-TUR), Porfírio resolveu enfeixar em livro os trabalhos
que publicou no jornal "O Povo", atinentes todos eles relacionados a
vida presente e pretérita daquele esta-belecimento prisional. A
publicação do livro intitulado "Nos Tempos dos Látegos e dos Grilhões:
memoria sobre a Cadeia Publica de Fortaleza 1931" foi lançada em
setembro de 1931. Segundo o autor da obra "O livro teve por parte da
imprensa e da critica o melhor acolhimento. Só este fato, se não
existissem os motivos expostos as primeiras folhas deste livro
justificaria o seu aparecimento". Sua 2a edição foi publicada em 1941. 0
livro epigrafado consta de duas partes: 1° Parte: Fatos Históricos
(relacionados a Cadeia Pública), 2a Parte: Perfis de Criminosos (Os mais
periculosos) e Anexos.
Em 1932, Porfírio Lima foi designado pelo Interventor Federal do Ceará
Cap. EB Roberto Carneiro de Mendonça (1931/1934), para participar e
combater a "Revolução Constitucionalista" iniciada em 09 de julho de
1932, no Estado de São Paulo, incorporado ao 1° Batalhão Provisório
(Comandado por Olímpio Falconiere da Cunha, Capitão do Exército e
comissionado Coronel do Corpo de Segurança Pública (PMCE), da qual fazia
parte, também, o 1° Tem. BM Jose Benigno Gondim (Ex-Cmt-Geral do Corpo
de Bombeiro do Ceara). A Revolução durou 87 dias, até à rendição dos
revoltosos, e teve um saldo oficial de 934 mortos, embora as fontes não
oficiais afirmarem que o número de mortos chegou a 2200.
A Revolução e considerada por historiadores como um dos maiores conflitos bélicos do Brasil no Sec. XX.
Em 1935, como Diretor Secretário da Revista Policial, Porfirio foi
homenageado pela mesma em sua edição n° 12 com o título "A Viga Mestra
da Nossa Existência", cujo do conteúdo retiramos essa passagem:
"Tenacidade invulgar, perseverante e vontadoso, Porfírio Lima tornou-se o
esteio, o fator decisivo, a célula máter da nossa existência.
Traindo, mau grado, aquela modéstia condenável com que procura esconder
as belezas do espírito, as acentuadas carac-terísticas da bela e
promissora inteligência de que e portador, constituía uma grande
injustiça de nossa parte se fizéssemos si-lenciar neste dia de tão alta
significação para nós, o muito que tem feito para manutenção da Revista
Policial.
Investido das funções de Redator Secretário da Revista, delas vem o
boníssimo companheiro se desempenhando com raro brilho, conosco
cooperando, ativamente, na feitura intelectual deste órgão de policia
cearense. Aí, não fica, porém, a brilhante atividade do Redator
Secretário da Revista Policial, que se desdobra e multiplica, no afã de
mantê--la e de dar-lhe vida e projeção."
Em 2013, por iniciativa do Prof. Márcio de Souza Porto (Mestre em
Sociologia e Doutorando em História Social - UFC) Diretor do Arquivo
Público do Estado do Ceará, o livro do Cel. Porfírio foi reeditado (3a
edição). O lançamento aconteceu no dia 15/03/2013, às 18 horas, nos
Jardins do Teatro José de Alencar, com apresentação do Prof. Márcio
Porto e prefácio dos Professores Francisco Linhares Fonteneles Neto
(Prof. Associado II da UFRN e Doutorando em História Social UFRN) e
Marcos Luiz Bretas (Prof. Associado I da UFRJ).
Como parte da programação do lançamento do livro aconteceu uma palestra,
coordenada pelo Policial PM José de Abreu (Assessor Técnico do
Instituto Histórico e Cultural da PMCE) no Salão Nobre do Quartel do
Comando Geral da PMCE sob o Tema "História da Polícia no Brasil:
Problemas e perspectiva", proferida pelo Prof. Dr. Marcos Bretas, com a
presença de praças e oficiais, do Secretário da Cultura Prof. Francisco
Pinheiro e deste articulista. Ao final da palestra houve debate com os
presentes.
O Cel. PM Porfírio de Lima Filho, passou para a reserva re-munerada da
PMCE, no dia 31/10/1945 e faleceu no dia 07/02/1962, aos 67 anos de
idade, de colapso cardíaco, retornando nesta data a Pátria Espiritual,
onde se encontra ao lado de outros milicianos notáveis, protegidos pelos
Anjos Potestades da Milícia Celestial.
O autor do trabalho é pesquisador/historiador, Sócio Honorário do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico).
Juazeiro já foi sede do governo do Ceará
Muita gente não sabe, mas quando estava em curso a chamada Revolução de
14, Dr. Floro Bartholomeu da Costa (foto), na qualidade de Presidente da
Assembleia Revolucionária, reuniu-se em Juazeiro com os demais
deputados revolucionários e na reunião ficou decidido que ele, Floro,
era o novo Presidente do Ceará, e Juazeiro (que não era cidade ainda) a
nova Capital do Estado. Essa famosa reunião aconteceu no dia 12 de
dezembro de 1913. Juazeiro, Capital do Estado, e Dr. Floro Bartholomeu
da Costa, Presidente do Ceará, ficaram nessa condição até o dia 14 de
março de 1914, data em que a Revolução de 14 foi encerrada oficialmente,
com a nomeação do Interventor do Estado, Cel. Setembrino de Carvalho.
Portanto, Juazeiro foi Capital do Estado do Ceará, de 12 de dezembro de
1913 até 14 de março de 1914, 3 meses.
E para provar que isso é verdade mostramos abaixo um documento que faz
parte do nosso acervo em que Floro assina um dos seus últimos atos como
presidente do Ceará – a nomeação de Manoel Honorato Cavalcante Filho
para exercer o cargo de Coletor Estadual no município de Morada Nova
neste estado. O documento foi assinado em 10 de março de 1914, dois dias
antes da saída de Floro e da nomeação do interventor do Ceará,
Setembrino de Carvalho. Veja que os atos oficiais assinados por Dr.
Floro tinha papel timbrado com o nome de Juazeiro figurando como sendo
sede do Palácio do Estado. Já pensou? É por isso que muita gente tem
inveja de Juazeiro, como já dizia Padre Cícero. Juazeiro é um mundo,
como dizia Monsenhor Murilo!












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